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sábado, 1 de setembro de 2012

Crônica - Final de semana - Autor: Carlúcio Bicudo - regitro 89935 - livro 6 A



                       Final de semana.

Basta chegar o final de semana, para os problemas começarem a surgir.
São de todos os tipos.
Tem aquele primo distante, que chega para o almoço de domingo, todo cheio de si. Mas antes de sentar a mesa, nos chama para uma conversa em particular e logo somos surpreendidos com aquele pedido de dinheiro.
− Alberto, estou passando um grande sufoco na minha casa. Perdi meu emprego e minha esposa já estava desempregada. Será que você pode me emprestar um dinheiro por dois meses. Pago com juros.
− Poxa, primo... Ontem emprestei o que vinha juntando há dois anos ao meu sobrinho que bateu com o carro e está hospitalizado. Mas não fique chateado não. As coisas vão melhorar. Tenha fé!
É nos domingos que conhecemos os verdadeiros parentes que só pensam em si dar bem.
Têm parentes que todo final de semana, vai visitar alguém da família. Assim, não precisa gastar em casa. Come fora! E ainda tem coragem de dizer com todas as letras. Lá em casa um botijão de gás, dura três meses.
Também pudera, só come fora! Haja economia.
Tem coisa pior do que despertar em pleno domingo com o telefone tocando estridentemente? Ou mesmo, com batidas na porta, por uma vizinha, pedindo um pouco de açúcar. Porque o dela acabou, e não teve tempo de ir ao mercado?
Olha! Tem dia, que estou com a cabeça fervendo... Dá vontade de mandar tudo para o PQP!
E quando a mulher começa a querer inventar na cozinha um prato novo que aprendeu na TV. Aí começa o assalto a minha carteira. Rsrs.
É dinheiro para comprar tudo... Pois sempre está faltando matéria-prima para acabar a receita. Subitamente, fico puto, com tanta despesa. A esposa logo grita: ─ O prato só ficará bom. Se estiver com todos os ingredientes.
Eu logo interrogo. Não dá para fazer somente arroz e batatas fritas?
A dona encrenca logo pula com as mãos nas cadeiras. Retirando o avental e xingando muito. Tá vendo, quando quero fazer algo de diferente para te agradar. Você logo vem com essa conversa de arroz com feijão.
Mas Thalita, ficar indo ao mercadinho da esquina comprar aos pouquinhos não dá. No final do mês, gastaremos mais que o dobro do necessário. Temos que economizar para comprar os móveis do quarto novo que você tanto quer.
Ela já muito brava, grita! − Eu não tenho que economizar nada... Comprar móveis novos para a casa é sua obrigação. Afinal, não saí da casa dos meus pais para ser sua empregada. Sou sua esposa.
Eu, para não continuar discutindo, vou para o meu escritório ler os e-mails. Mas ao abrir à porta. Surpresa! Filhos usando o PC para brincarem...
Meninos, porque não vão brincar no videogame?
− Ah, papai, estamos enjoados dos jogos que tem lá. Queremos mais emoções.
Viro as costas, fecho a porta e volto para a sala... Quando chego, tenho outra surpresa. Encontro bem no meio da sala o dono da Farmácia, que veio cobrar pelos medicamentos atrasados.
─ Como atrasados? ─ Eu pergunto ─ Já pedi a Adriana ir pagar o senhor na semana passada.
Subitamente, a minha esposa, responde:
─ Pois é querido... Desculpe, mas passei em frente à loja da Aninha e vi uma bolsa que estava em promoção. Não resisti e comprei.
─Puta merda! Deste jeito... ainda abandono à casa, mulher, filhos, gato, cachorro e periquito. E vou embora! Deste jeito não aguento.
Olha que o dia só está começando.

Autor: Carlúcio Bicudo - registro 89935 - livro 6 A

3 comentários:

  1. Olá Carlúcio,
    Venho para, mais uma vez, agradecer a sua honrosa participação; nada me é mais gratificante.
    Tenhas uma ótima semana!
    Um abraço e, quando puder, apareça.

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  2. Fico feliz em ter certeza de não ter parentes assim.
    beijos!!!

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  3. Olá Carlúcio,
    Nas minhas duas famílias têm tantos causos engraçados que da para fazer umas dez crônicas.
    Na minha casa o cartão fica comigo, não tem briga rsrs.
    Pus comentário na sua poesia( Nas prosas poéticas do Viviani), achei-o tão sério, agora conhecendo seu blog, é outra pessoa. Dia 30 eu vou participar, em consideração ao Viviani, mas não sou poetisa e escrevo algumas bobagens que muita gente gosta. É um blog pro povão.Será que posso segui-lo? Responda-me
    Lua Singular e
    Mundo dos Inocentes
    Dorli

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