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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ladrão de galinhas - Conto - Autor: Carlúcio Bicudo - registro 783922 - livro 5 A


                   
                              “Ladrão de galinhas” (Autor − Carlucio Bicudo)         

                          Quando eu morava no interior do estado do Rio de Janeiro. Conheci um cabra safado. Mas conhecido como “Manequinho, o ladrão de galinhas” que morava às margens da BR 101, próximo à localidade de Itaboraí.
                           Todos os dias o diacho do Manequinho, percorria as ruas com uma galinha embaixo do braço.
                           Mas até então, ninguém sabia que ele roubava galinhas dos sítios próximos.
                           Ali, junto às margens da rodovia, ele vendia as galinhas roubadas.
                            Eram galinhas para todos os gostos. Carijós, brancas, pretas, de angola de cristas altas, de cristas curtas e etc.
                            Diversos motoristas que sempre passavam ali, durante a tarde e compravam as galinhas do Manequinho.
                            Só que as galinhas, não acabavam. Todos os dias o cesto do danado estava lá novamente à beira da estrada lotado.
                            Os vizinhos e moradores da cidade, começaram a ficar desconfiados. De onde o pobre do homem arrumava tantas galinhas para vender todos os dias.
                            Um comerciante local. Começou a perceber que as galinhas do Manequinho, eram sempre muito diferente uma das outras. Ou seja, não deveriam ter vindo da mesma mãe ou do mesmo galinheiro.
                            Isto já o estava intrigando! E decidiu investigar o vendedor de galinhas.
                            − E aí, Manequinho. Como anda a sua criação de galinhas?
                            − Muito bem, senhor Bernardo. Está cada dia mais vistosa.
                            − Que bom! Pelo jeito anda ganhando muito dinheiro... O senhor tem muita despesa com a sua criação?
                            − Quase nada. Minhas galinhas não consomem ração. Só ciscam pelo terreiro.
                            − E ficam gordas desde jeito, Manequinho?
                            − Claro! É que as minhocas do terreiro lá de casa, são vitaminadas.
                            Não estando satisfeito com as respostas do Manequinho. Seu Bernardo resolveu averiguar, por conta própria a criação do Manequinho.
                            No dia bem cedo, o seu Bernardo, saiu de bicicleta e foi em direção à casa do vendedor de galinhas. Ao chegar ao recinto. Olhou ao redor e não viu nenhum galinheiro e nem tão pouco uma criação de galinhas se quer.
                            Ficou matutando. Ué! Que diacho está acontecendo aqui? Será que a criação do Manequinho não fica aqui na casa dele?
                            Achou estranho... Pois todos ali na cidade sabiam que o homem não possuía bens, além da casa na beira da estrada.
                            Bernardo coçou a cabeça... E ficou a elucubrar.
                            Decidiu que iria tirar está história a limpo.
                            No dia seguinte, durante a madrugada... Passou a vigiar a casa do Manequinho e, viu quando este saia apressado com um saco de estopa vazio nas mãos.
                            Bernardo deixou que o homem tomasse certa distância e partiu observando os passos do magrelo, Manequinho.
                           O cabra ia passando de casa em casa... Entrando sorrateiramente nos galinheiros das vizinhanças. E por todos onde passa, pegava uma ou duas galinhas e as colocava no saco.
                           − Filho da mãe! − exclamou Bernardo. Esse cara rouba as nossas galinhas há tempo e nunca desconfiamos disso.
                           Seu Bernardo contou para todos os outros sitiantes que Manequinho, roubava todos os dias uma ou duas galinha de cada galinheiro... Assim, ninguém sentiria falta das galinhas de uma vez só.
                            Marcaram uma emboscada para o “cabra safado”. Chamaram a polícia.
                            No outro dia bem cedo... Quando o Manequinho o ladrão de galinha apareceu para roubar mais um dos galinheiros. Ao entrar, logo avistou vários dos sitiantes dentro do galinheiro com a espingarda em punho.
                            − Ah! Que dizer que você é que vem roubando as nossas galinhas?
                            − Eu não. − disse Manequinho
                            − De onde você tira as galinhas que você vende na beira da rodovia?
                            − Ora... Da minha própria casa.                      
                            − E o que você está fazendo com este saco vazio nas mãos? − disse um dos sitiantes.
                            − Vim buscar um pouco de esterco para por na minha horta.
                            − Manequinho, para de besteira e fale a verdade. − Já sabemos que você não possui criação de galinhas.
                            − Como não? − Vamos lá pra casa, que eu mostro a vocês.
                             Bernardo gritou:
                             − Já fui lá e não vi galinheiro algum!
                             − Ah ! Não iria ver mesmo. É que crio as galinhas dentro de casa.
                             − Como é?
                             − Eu estimo tanto as meninas, que as crio, dentro de casa.
                             − Manequinho, se você estima tanto assim as suas meninas. Por que as vende?
                             E assim ele respondeu:
                             − O mesmo que o senhor fez com a sua antiga esposa.
                             − Como é? Tá comparando a Doralice, a mãe dos meus filhos, com galinhas?
                             − Ora, seu cabra da peste. Vou te matar!
                             − Uai! Só faço como o senhor. Minhas meninas, quando já estão velhas, eu as vendo. Em seguida, as substituo por outras franguinhas mais novas... rsrs.

                                                        fim

Autor: Carlúcio Bicudo - registro 783922 - livro 5 A