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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Minicontos - Haiti (Autor: Carlúcio Oliveira Bicudo - registro 09473 - livro 6 B)

                                                              

        

                                        Haiti
                                    (Autor: Carlucio Bicudo – registro 09473 – livro 6 B)
                    Depois do terremoto. Ficamos sem teto, trabalho e muita fome. Não tínhamos a quem recorrer. O jeito era tentar sobreviver a qualquer preço. Não queria morrer.
                             Ouvi falar num tal de Brasil. Dizem que lá. Plantando, tudo dá. Minha esperança voltou a sorrir. É para lá que vou.
                             Juntei as poucas roupas que me sobraram. Recolhi os meus documentos que consegui localizar no meio dos escombros. Vendi o meu único bem que me restou. Uma moto velha. E parti para o novo eldorado. Peregrinando como todos os outros Haitianos que foram antes de mim. Entrei no Brasil, pelo Acre, depois de ter penado, ou seja, depenado pelos coiotes.
                            Só quando aqui cheguei que percebi que o Haiti é aqui. Continuei, sem trabalho e comendo o pouco que me ofereciam. Embora tivesse um teto para me abrigar. Aqui, continuei lutar para sobreviver.
                                                          

Miniconto: Enganado - Autor: Carlucio Oliveira Bicudo - registo 78662 - livro 6 B



                   Enganado
                                                              (Autor: Carlucio Oliveira Bicudo - registro 784662 - livro 6 B_
          Saí do trabalho cansado e injuriado. Tantos problemas financeiros. Muitos nãos. Sem saber que rumo tomar, sai pelos bares da vida. Bebi de mais. Logo percebi uma jovem sentada em uma mesa. Aproximei-me e me encantei com suas curvas. Desejei-a. Convidei-a para um programa. Ela me beijou os lábios dizendo que sim. Procuramos entrar no primeiro motel. Nós beijamos por diversas vezes. Só fui perceber o engano, depois de termos entramos no quarto. Seu cabelo era peruca... suas unhas, postiças, suas pernas torneadas, eram modeladas por meias elásticas. Sua bunda antes bonita... agora era caída e cheia de estrias. Seu peito antes firmes e bonitos, mostrou-se flácidos e sem  graça.                                                                                                                                                          
                                                        

                                                       Copyright© by Carlúcio Oliveira Bicudo.
                                                               Todos os direitos reservados.
        

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O macaco e o golfinho - Autor: Carlúcio Bicudo - registro 90025 - livro 6A



                                             
                             O macaco e o golfinho (baseado na obra de Esopo)
                                             (Autor: Carlucio Oliveira Bicudo - registro 90025 - livro 6 A)
                     
                                             
                           Em certa ocasião um homem cansado da vida que levava, decidiu fazer uma viagem de navio. Ele possuía diversos animais de estimação. Quando os animais começaram a perceber que o seu dono, sairia para uma longa viagem. Ficaram acabrunhados... Rodeando o patrão, como se dissesse. Por favor, me leve com o senhor. O homem, para não se sentir sozinho durante a viagem, levou com ele o seu  macaquinho de estimação, o mais serelepe, para que assim, pudesse se distrair durante a viagem.
                           Ele saiu de um porto da China em direção a Atenas, na Grécia.
                           Já estava viajando há dias, quando ao se aproximar da costa Grega, o navio enfrentou uma grande tempestade, com muita chuva e fortes ondas, que batiam violentamente no casco do navio, até que não mais aguentando, veio a naufragar.
                           As pessoas apavoradas caíram na água e começaram a nadar para tentarem chegar até as praias e assim se salvarem. O macaquinho, também tratou de nadar como pôde, para tentar se salvar, mas já estava sem fôlego, por causa das ondas bravias.
                          Um golfinho que passava pelo local, viu algo que se debatia entre as espumas na água com braçadas desesperadas. E logo pensou que se tratava de uma pessoa em apuros.
                          O golfinho mergulhou por baixo do animal e o colocou sobre suas costas e nadou levando o pobre do animal em direção a praia. E de longe, já se avistavam o porto de Pireu.
                          Neste momento, o golfinho fez uma pergunta ao macaquinho:
                          ─ Caro amigo, por acaso o senhor é de Atenas?
                          ─ Sim, sou um legitimo ateniense. Meu pai é um homem muito influente na Grécia. - disse o macaquinho.
                          ─ Tá certo! Então o senhor conhece o Pireu? ─ articulou o golfinho.
                          O macaquinho, querendo dar uma de esperto e achando que o tal Pireu, fosse alguém muito importante, foi logo dizendo:
                          ─ De certo, que conheço! Temos um ótimo relacionamento. Somos amigos há muitos anos.
                           Ao ouvir a resposta do macaquinho, o golfinho, percebeu que o esperto, estava tentando o enganar. Ele ficou muito sentido e chateado, afinal, procurou ajudá-lo de bom coração.
                          O golfinho ficou tão azucrinado, que decidiu mergulhar para as profundezas do mar, deixando o espertalhão a deriva novamente, que sem saber nadar, fez o possível e impossível para sobreviver, mas, acabou por se afogar.
               

                             Moral da história: Não devemos mentir jamais, porque a verdade sempre aparece.

              

domingo, 16 de junho de 2013

Haicai - Sentado na praça (Autor: Carlúcio Bicudo - registro 74934 - livro 9 A)


Haicai - Vespas - (Carlúcio Bicudo - registro 9487 - livro 9A)

                                                                  

                               "Vespas" (Carlúcio Bicudo - registro 9487 - livro 9A)
                          Sacudindo os galhos,
                 as vespas, atacam em bando.
                 Muito irritadas.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Arte Naif - Lindas obras!

                                                                Arte Naïf  

Autora: Thais Ibanez
Outros Nomes
Arte ingênua
Definição
O termo arte naïf aparece no vocabulário artístico, em geral, como sinônimo de arte ingênua, original e/ou instintiva, produzida por autodidatas que não têm formação culta no campo das artes. Nesse sentido, a expressão se confunde freqüentemente com arte popular, arte primitiva e art brüt, por tentar descrever modos expressivos autênticos, originários da subjetividade e da imaginação criadora de pessoas estranhas à tradição e ao sistema artístico. A pintura naïf se caracteriza pela ausência das técnicas usuais de representação (uso científico da perspectiva, formas convencionais de composição e de utilização das cores) e pela visão ingênua do mundo. As cores brilhantes e alegres - fora dos padrões usuais -, a simplificação dos elementos decorativos, o gosto pela descrição minuciosa, a visão idealizada da natureza e a presença de elementos do universo onírico são alguns dos traços considerados típicos dessa modalidade artística.
   Autora: Djanira Mota    Autor: Júlio Paraty
A história da pintura naïf liga-se ao Salon des Independents [Salão dos Independentes], de 1886, em Paris, com exibição de trabalhos de Henri Rousseau (1844 - 1910), conhecido como "Le Douanier", que se torna o mais célebre dos pintores naïfs. Com trajetória que passa por um período no Exército e um posto na Alfândega de Paris (1871-1893), de onde vem o apelido "Le Douanier" (funcionário da alfândega), Rousseau dedica-se à pintura como hobby. Pintor, à primeira vista, "ingênuo" e "inculto", pela falta de formação especializada, dos temas pueris e inocentes, é responsável por obras que mostram minuciosamente, de modo inédito, uma realidade ao mesmo tempo natural e fantasiosa, como em A Encantadora de Serpentes, 1907. Seu trabalho obtém reconhecimento imediato dos artistas de vanguarda do período - como Odilon Redon (1840 - 1916), Paul Gauguin (1848 - 1903), Robert Delaunay (1885 - 1941), Guillaume Apollinaire (1880 - 1918), Pablo Picasso (1881 - 1973), entre outros -, que vêem nele a expressão de um mundo exótico, símbolo do retorno às origens e das manifestações da vida psíquica livre e pura. Em 1928, o colecionador e teórico alemão Wilhelm Uhde (1874 - 1947) - um dos descobridores do artista - organiza a primeira exposição de arte naïf em Paris, reunindo obras de Rousseau, Luis Vivin (1861 - 1936), Séraphine de Senlis (1864 - 1942), André Bauchant (1837 - 1938) e Camille Bombois (1883 - 1910). Mais tarde, o Museu de Arte Moderna de Paris dedica uma de suas salas exclusivamente à produção naïf.
         
Autora: Rosangela Borges                       Autora: Valquíria Barros

No século XX, a arte naïf é reconhecida como uma modalidade artística específica e se desenvolve no mundo todo, sobretudo nos Estados Unidos, na ex-Iugoslávia e no Haiti. Em solo norte-americano, as inúmeras cenas da vida rural pintadas por Anna Mary Robertson (1860 - 1961) - conhecida como Vovó Moses - adquirem notoriedade quando a artista, autodidata, descoberta por um colecionador, completa 80 anos. Oriunda da tradição de retratistas amadores, a arte naïf norte-americana encontra expressão nas obras de J. Frost (1852 - 1929), H. Poppin (1888 - 1947) e J. Kane (1860 - 1934). Na Inglaterra, o nome de Alfred Wallis (1855 - 1942) associa-se a navios à vela e paisagens. Descoberto em 1928 pelos artistas ingleses Ben Nicholson (1894 - 1982) e Christopher Wood (1901 - 1930), Wallis pinta com base na memória e na imaginação, em geral com tinta de navio sobre pedaços irregulares de papelão e madeira. Na ex-Iugoslávia, a arte naïf faz escola, na qual se destaca, por exemplo, Ivan Generalic (1914 - 1992).
Soluções da arte naïf são incorporadas a diversas tendências da arte moderna, seja pelo simbolismo (em busca da essência mística das cores), seja pelo pós-impressionismo de Paul Gauguin, que vai para o Taiti em 1891, e faz pesquisas em direção à cultura plástica das chamadas sociedades primitivas, o que se revela no uso de cores vibrantes e na simplificação do desenho como em Ta Ma Tete - Mulheres Taitianas Sentadas num Banco, 1892, e Te Tamari no Atua - Natividade, 1896. Os trabalhos realizados sob a égide do Blauer Reiter (O Cavaleiro Azul) - grupo do qual participam August Macke (1887 - 1914) e Paul Klee (1879 - 1940) - e a obra de Wassili Kandinsky (1866 - 1944), em defesa da orientação espiritual da arte, também se beneficiam de sugestões da arte naïf.
  Autor: Nerival. Autora: Alice Masiero

Se em sua origem essa modalidade é definida como aquela realizada por amadores ou autodidatas, o processo de reconhecimento e legitimação obtidos nos circuitos artísticos leva a que muitos pintores, com formação erudita, façam uso de procedimentos caros aos naïfs. Além disso, a arte naïf desenha um circuito próprio e conta com museus e galerias especializados em todo o mundo. No Brasil, especificamente, uma série de artistas aparece diretamente ligada à pintura naïf, como Cardosinho (1861 - 1947), Luís Soares (1875 - 1948), Heitor dos Prazeres (1898 - 1966), José Antônio da Silva (1909 - 1996) e muitos outros. Entre eles, ganham maior notoriedade: Chico da Silva (1910 - 1985) - menção honrosa na 33ª Bienal de Veneza - e Djanira (1914 - 1979). Aluna do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, Djanira completa sua formação com aulas de Emeric Marcier (1916 - 1990) e Milton Dacosta (1915 - 1988), seus hóspedes na Pensão Mauá, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Nos anos 1950, ela é artista consagrada e uma das lideranças do Salão Preto e Branco. A arte popular do Nordeste brasileiro - as xilogravuras que acompanham a literatura de cordel e as esculturas de Mestre Vitalino (1909 - 1963) - figura em algumas fontes como exemplos da arte naïf nacional.

 Fonte: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=5357