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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Crônica - Fala sério! (Autor: Carlúcio Bicudo - registro 4876822 - livro 4 A)


                                                
                                             Fala sério! 
                             (Autor: Carlúcio O. Bicudo – registro 4876822 – livro 4 A)
                                                          
   
—E aí, camarada? Tem andado sumido.
—Eu, sumido? Você que não tem aparecido nos últimos tempos.
— Estou sempre por aqui, ralando... Dando o maior duro para sobreviver.
— Deixe de bobagem, compadre. Quem trabalha muito não tem tempo de ganhar dinheiro.
— É, estou vendo! Você está cada vez melhor financeiramente. Acertou na mega-sena?
— Mas ou menos, compadre. Eu tratei de arrumar uma viúva milionária. E me dei bem!
— Carro do ano... Boas roupas. Dinheiro no bolso... Tá podendo amigo... Rsrsrs. A viúva é ao menos apresentável?
— Compadre! Ela é uma grande mulher... Boa em todos os sentidos!
— Pelo teu sorriso, acho que está bem feliz.
— Mas ou menos. Sabe como é, para ter tantas mordomias tenho que pagar certo preço.
— Como assim? Não entendi, compadre?
— Ela é feia de doooeerrrrrr.  Tem perna torta, anda de peruca, pois é careca e todas as noites, tira a dentadura e põe dentro de um copo ao lado da cama. Mas, como dizem por aí: bancando-me, que mal tem. Rs...
— Compadre, Anacleto. Só o senhor mesmo para fazer uma coisa destas.
— Ué! Não acha uma troca justa? Ela me dá mordomia e em troca lhe dou carinho.
— Deixe de ser safado, homem! Não tá vendo que é uma pobre e carente viúva em busca de alguém que possa lhe dar amor de verdade?
— Epa! Por acaso, está querendo dizer que o meu amor não é verdadeiro? Pois fique você sabendo, compadre, que o meu amor é incondicionalmente fiel à fortuna que ela possui. Rrsrs. Suas grandes fazendas, as 10 casas de comércio, além da sua gorda e polpuda reserva de dinheiros que se encontra nos paraísos fiscais.
— O que você está fazendo com está viúva é pilantragem.
— Por que pilantragem? A proposta partiu dela. Foi ela que veio atrás de mim no cabaré da dona Zezé. Ela tanto insistiu que acabei aceitando.
— Mas você casou com ela?
— Bem que eu queria, mas a velha está relutando... Ela só quer sugar as minhas energias, toda noite. Rsrs.
— Mas também não é para menos compadre. Afinal, ela tem que tirar a sua energia, antes que você tire dela toda a sua fortuna. Rsrs...
— Fala sério! Só me pagando muito mesmo, para que eu possa deitar todas as noites ao lado dela...
— Tome jeito, compadre! Antes que ela mande te capar.
— Que nada! Antes disso, eu a deixo sem uma migalha.


                                           Fim