
A vaidosa gralha.
(Autor: Carlúcio Oliveira Bicudo - Baseado na obra de Esopo - registro 34568 - livro 6 A)
Conta
à história, que Zeus, o rei dos deuses da mitologia Grega, também conhecido
como Júpiter, escolheria um rei para os pássaros.
O alvoroço tomou conta de todo o
país. Ser escolhido por Zeus era motivo de orgulho para qualquer ser.
A notícia
ecoou por toda a Grécia, informando que os candidatos deveriam comparecessem no
dia seguinte em seu palácio, no Monte Olimpo. Para que diante do trono de Zeus,
todos os pretendentes a rei dos pássaros, pudessem ouvir a regra da competição.
Os candidatos foram muitos. Vieram representantes de todos os lados. Inclusive
dos mais remotos.
A sala do trono foi preparada com muita pompa. Cortinas aveludas em tom grená,
despencavam do teto até o chão. Flores cobriam os jarros que enfileirados, formam
uma passarela até o trono de ouro, que sobressaia na imensidão da sala, por sua
beleza.
Era tanta beleza e ostentação, que os presentes ficavam boquiabertos, a
espera de Zeus, que ainda não havia adentrado a sala.
Assim que os clarins começaram a tocar. Surgiu a imponente figura de
Zeus. O rei dos reis.
Todos os presentes começaram a
aplaudir e a saudá-lo dizendo:
─ Salve o “rei divino!” Salve o “rei divino!”
Após um gesto de saudação com as
mãos feito por Zeus, todos ali, permaneceram em um silêncio absurdo. Em seguida
começou a falar.
Com sua voz potente, ele proferiu dizendo:
─ Declaro aberta a competição para o Rei dos pássaros. Será agraciada
com este título a ave mais bela dentre todas. Que estejam preparadas e bonitas
amanhã de manhã. Quando escolherei o vencedor. E saiu da sala.
Vários pássaros começaram a sonhar com este título de “Rei dos
pássaros”.
Muitos trataram de se embelezar da melhor
forma que encontraram.
Alguns foram para a beira do rio, se banhar e alisar suas penas para o
dia seguinte.
Lá estavam a cotovia, a coruja, o pavão, a
gralha e muitos outros... Todos queriam o tão sonhado título.
A gralha, porém, queria muito ganhar, mas não
acreditava que poderia ser escolhida. Afinal, suas penas eram horrorosas!
Mesmo assim, tratou de se arrumar
caprichosamente. E pensou:
“Ah! Quero tanto ganhar este título! Tenho que dar um jeito, para ganhar
está parada. Custe o que custar.”
A gralha ficou ali, enrolando, enrolando e
esperando que as outras aves partissem.
Depois que todas as aves já haviam
partido. Muitas de suas penas ficaram caídas pelo chão. E a gralha, tratou de
ir escolhendo as melhores e as mais bonitas e foi ajeitando entre suas penas.
Ela olhou para o seu reflexo na água do rio
e ficou vislumbrada com o maravilhoso resultado. Nenhum dos pássaros que ela
tinha visto até então, estava tão bonita quanto ela. E novamente pensou:
“O
título de Rei dos pássaros será meu.”
No dia seguinte, todos, logo bem cedo,
estavam diante do trono de Zeus.
Havia pássaros com plumagens vislumbrantes.
O rei dos deuses ficou maravilhado diante de tantos pássaros belos. E
acabou ficando indeciso diante de tanta formosura.
Depois de tanto pensar, decidiu escolher a
gralha para ser o novo rei dos pássaros.
Quando ele já ia pronunciar o vencedor, os
outros pássaros perceberam que a gralha, estava na realidade usando as penas de
várias delas. Irritadas, voaram em direção à gralha e arrancaram suas falsas
penas. Fazendo com que o Zeus visse como realmente ela era.
Ele neste momento desistiu de proclamar o rei dos pássaros.
Moral da história: Não
devemos julgar, pela aparência, mas sim pelo seu caráter interior.
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