Menu

sábado, 11 de maio de 2013

Conto: A vaidosa gralha (Autor: Carlúcio Oliveira Bicudo - Baseado na obra de Esopo - registro 34568 - livro 6 A)

                                                                                           

                              A vaidosa gralha.
                                                                 (Autor: Carlúcio Oliveira Bicudo - Baseado na obra de Esopo - registro 34568 - livro 6 A) 
                          Conta à história, que Zeus, o rei dos deuses da mitologia Grega, também conhecido como Júpiter, escolheria um rei para os pássaros.
                          O alvoroço tomou conta de todo o país. Ser escolhido por Zeus era motivo de orgulho para qualquer ser.
                          A notícia ecoou por toda a Grécia, informando que os candidatos deveriam comparecessem no dia seguinte em seu palácio, no Monte Olimpo. Para que diante do trono de Zeus, todos os pretendentes a rei dos pássaros, pudessem ouvir a regra da competição.
                          Os candidatos foram muitos. Vieram representantes de todos os lados. Inclusive dos mais remotos.
                          A sala do trono foi preparada com muita pompa. Cortinas aveludas em tom grená, despencavam do teto até o chão. Flores cobriam os jarros que enfileirados, formam uma passarela até o trono de ouro, que sobressaia na imensidão da sala, por sua beleza.
                          Era tanta beleza e ostentação, que os presentes ficavam boquiabertos, a espera de Zeus, que ainda não havia adentrado a sala.
                          Assim que os clarins começaram a tocar. Surgiu a imponente figura de Zeus. O rei dos reis.
                          Todos os presentes começaram a aplaudir e a saudá-lo dizendo:
                           ─ Salve o “rei divino!” Salve o “rei divino!”
                           Após um gesto de saudação com as mãos feito por Zeus, todos ali, permaneceram em um silêncio absurdo. Em seguida começou a falar.
                           Com sua voz potente, ele proferiu dizendo:
                           ─ Declaro aberta a competição para o Rei dos pássaros. Será agraciada com este título a ave mais bela dentre todas. Que estejam preparadas e bonitas amanhã de manhã. Quando escolherei o vencedor. E saiu da sala.
                          Vários pássaros começaram a sonhar com este título de “Rei dos pássaros”.
                          Muitos trataram de se embelezar da melhor forma que encontraram.
                          Alguns foram para a beira do rio, se banhar e alisar suas penas para o dia seguinte.
                          Lá estavam a cotovia, a coruja, o pavão, a gralha e muitos outros... Todos queriam o tão sonhado título.
                          A gralha, porém, queria muito ganhar, mas não acreditava que poderia ser escolhida. Afinal, suas penas eram horrorosas!
                          Mesmo assim, tratou de se arrumar caprichosamente. E pensou:
                          “Ah! Quero tanto ganhar este título! Tenho que dar um jeito, para ganhar está parada. Custe o que  custar.”
                           A gralha ficou ali, enrolando, enrolando e esperando que as outras aves partissem.
                           Depois que todas as aves já haviam partido. Muitas de suas penas ficaram caídas pelo chão. E a gralha, tratou de ir escolhendo as melhores e as mais bonitas e foi ajeitando entre suas penas. 
                           Ela olhou para o seu reflexo na água do rio e ficou vislumbrada com o maravilhoso resultado. Nenhum dos pássaros que ela tinha visto até então, estava tão bonita quanto ela. E novamente pensou:
                           O título de Rei dos pássaros será meu.”
                            No dia seguinte, todos, logo bem cedo, estavam diante do trono de Zeus.
                            Havia pássaros com plumagens vislumbrantes.
                          O rei dos deuses ficou maravilhado diante de tantos pássaros belos. E acabou ficando indeciso diante de tanta formosura.
                          Depois de tanto pensar, decidiu escolher a gralha para ser o novo rei dos pássaros.
                          Quando ele já ia pronunciar o vencedor, os outros pássaros perceberam que a gralha, estava na realidade usando as penas de várias delas. Irritadas, voaram em direção à gralha e arrancaram suas falsas penas. Fazendo com que o Zeus visse como realmente ela era.
                           Ele neste momento desistiu de proclamar o rei dos pássaros.


                           Moral da história: Não devemos julgar, pela aparência, mas sim pelo seu caráter interior.

       

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Crônica - Colecionador de lenços (Autor: Carlúcio Bicudo - registro 649200 - livro 7 A)


                                        
                        O colecionador de lenços.
                                  (Autor: Carlúcio Bicudo – registro 649200 – livro 7 A)

                No interior do estado do Rio de Janeiro, mais preciso na pequena Santa Maria de Campos, havia um velhinho de nome Arlindo. Este tinha como hobby visitar as moças da pequena cidade. E por onde passava, pedia as donzelas um gole de café. Que prontamente era atendido.
                   Arlindo devia ter mais ou menos uns 70 anos... Todas as manhãs, ele visitava uma das jovens do lugar. Nunca ouvi dizer que as pequenas tivessem desdenhado do velho.
                  Sempre muito alegre, o bom velhinho, recitava um poema. Em troca, as donzelas, lhe davam pequenos retalhos que sobravam após a confecção dos novos vestidos de domingo.
                  ─ Olá, senhorinha Joaquina! Hoje vim prestigiar o seu café. Não precisa se preocupar com o bolo de fubá. E começa a recitar:

                  “A minha gatinha morena, que em Janeiro fugiu.
                   Onde está a minha gatinha,
                   Você sabe, você sabe, você viu?”
                    
                   “Eu não vi sua gatinha, mas ouvi o seu miau.
                   Quem roubou sua gatinha
                   Foi a bruxa, que a transformou em mingau.”

                   Sempre cantarolando, o velho Arlindo, vai conquistando mais corações e de quebra aumentando a sua coleção de lencinhos.
                   Quando alguém perguntava:
                    ─ Seu Arlindo, quem foi que lhe deu este lencinho quadriculado?
                    Sem pestanejar, respondia rapidamente.
                    ─ Este foi a Mariana Balieiro.
                    ─ E o de bolinha?
                    ─ Ah! Este é especial. Foi dado pela bonita, Celeste Cabral.
                    Não havia um lencinho se quer que ele não se lembre de quem recebeu.
                    Dizem que hoje em dia. Arlindo fica na porta do céu, esperando cada donzela que chega ao Paraíso, para cantar suas modinhas e receber um novo lencinho.

                                        Fim