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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Crônica - Colecionador de lenços (Autor: Carlúcio Bicudo - registro 649200 - livro 7 A)


                                        
                        O colecionador de lenços.
                                  (Autor: Carlúcio Bicudo – registro 649200 – livro 7 A)

                No interior do estado do Rio de Janeiro, mais preciso na pequena Santa Maria de Campos, havia um velhinho de nome Arlindo. Este tinha como hobby visitar as moças da pequena cidade. E por onde passava, pedia as donzelas um gole de café. Que prontamente era atendido.
                   Arlindo devia ter mais ou menos uns 70 anos... Todas as manhãs, ele visitava uma das jovens do lugar. Nunca ouvi dizer que as pequenas tivessem desdenhado do velho.
                  Sempre muito alegre, o bom velhinho, recitava um poema. Em troca, as donzelas, lhe davam pequenos retalhos que sobravam após a confecção dos novos vestidos de domingo.
                  ─ Olá, senhorinha Joaquina! Hoje vim prestigiar o seu café. Não precisa se preocupar com o bolo de fubá. E começa a recitar:

                  “A minha gatinha morena, que em Janeiro fugiu.
                   Onde está a minha gatinha,
                   Você sabe, você sabe, você viu?”
                    
                   “Eu não vi sua gatinha, mas ouvi o seu miau.
                   Quem roubou sua gatinha
                   Foi a bruxa, que a transformou em mingau.”

                   Sempre cantarolando, o velho Arlindo, vai conquistando mais corações e de quebra aumentando a sua coleção de lencinhos.
                   Quando alguém perguntava:
                    ─ Seu Arlindo, quem foi que lhe deu este lencinho quadriculado?
                    Sem pestanejar, respondia rapidamente.
                    ─ Este foi a Mariana Balieiro.
                    ─ E o de bolinha?
                    ─ Ah! Este é especial. Foi dado pela bonita, Celeste Cabral.
                    Não havia um lencinho se quer que ele não se lembre de quem recebeu.
                    Dizem que hoje em dia. Arlindo fica na porta do céu, esperando cada donzela que chega ao Paraíso, para cantar suas modinhas e receber um novo lencinho.

                                        Fim